Instituições de pequeno porte amparam sociedade carente durante a pandemia de Covid-19
A pandemia afetou significativamente as ONGs que trabalham para angariar recursos. Durante este período, foi necessário se reinventar para minimizar os efeitos da crise. Foram essas instituições que atenderam as necessidades da população na ponta. Os principais efeitos foram adaptar suas atividades e atender, mesmo com recursos escassos e com ambiente desfavorável, o maior número de pessoas possível.
A população mais vulnerável sofreu mais, porém a resiliência dessas organizações fez com que as pessoas não ficassem desamparadas. A emergência fortaleceu o trabalho em rede. Para ajudar no custeio de despesas essenciais, o Movimento Bem Maior optou pela flexibilização do recurso inicialmente destinado a um projeto específico, para que pudesse ser usado para pagar custos operacionais, como o pagamento de funcionários, contas de aluguel, luz e outras despesas.
Como resultado dessa flexibilização, todas as organizações sociais seguem ativas e, de acordo com a avaliação do Instituto PHI, conseguiram praticamente dobrar o número de beneficiários diretos atendidos.
As organizações locais atuam de forma cirúrgica para dar suporte à população mais carente. A necessidade do auxílio não funciona só no contexto emergencial, mas também no investimento contínuo para que essas organizações continuem atuando de forma sustentável.
De acordo com Carola Matarazzo, diretora-executiva do Movimento Bem Maior, a ajuda que cada ONG fornece à população do seu território é primordial:
“Os pequenos projetos fazem a diferença. Falamos do coletivo, de instituições que estão no sertão profundo do Brasil, distante de capitais, fora do radar. Não têm acesso a crédito, financiamento, editais. É essencial seguir com os esforços conjuntos direcionados para estas ONGs. O Movimento Bem Maior opera como um braço que apoia estes pequenos projetos. Sabemos da relevância deles estarem atuando onde a política pública não chega.”
Com base nesta observação, o Movimento Bem Maior iniciou uma nova fase que contempla 37 projetos sociais, em 15 estados, por todo o Brasil atuando nas áreas: direitos humanos, saúde, educação, artes, acessibilidade e geração de renda, arte e cultura, meio ambiente e segurança alimentar. O objetivo dessas organizações é fortalecer iniciativas locais fundamentais, através de apoio financeiro, de gestão técnica de projetos de impacto social; auxiliando na capacitação de gestores, melhorias em estrutura física, contratação de profissionais, fortalecimento de rede local e outras medidas visando sempre construir parcerias que potencializam o impacto social sistêmico.
Movimento Cores do Amanhã dissemina cultura e arte nas comunidades de Pernambuco
A ONG Movimento Cores do Amanhã atua em Recife, Pernambuco, no Bairro do Totó. O projeto oferece através do trabalho voluntário mais de 20 oficinas culturais e esportivas atendendo de forma fixa mais de 750 famílias na região. Neste período de pandemia as aulas presenciais foram suspensas e ações pontuais de entrega de alimentos e entrega de material de prevenção como máscaras e álcool foram priorizadas. As entregas de alimentos semanais chegaram a mais de 5 mil famílias nos últimos meses.
De acordo com Josué Barata, Presidente da ONG Cores do Amanhã, a esperança de dias melhores é o que move os envolvidos no projeto:
“Seguimos organizando de forma on-line as capacitações e oferecendo o suporte aos alunos através de grupos de WhatsApp. A situação não tem sido fácil, mas a comunidade sonha com dias melhores. Sentimos hoje que não estamos sós, e que mesmo em tempos difíceis em meio a pandemia, o Bem Maior e o Grupo Cores do Amanhã seguem resistindo e sonhando juntos!”
Estas entidades locais servem como um ponto de apoio para os mais vulneráveis. É um trabalho contínuo que pode inspirar instituições semelhantes. Transformando o local em que atuam, essas organizações trabalham complementando as políticas públicas.