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Dia Internacional das Mulheres: conheça 5 iniciativas na luta pela igualdade de gênero

4min de leitura

Por Movimento Bem Maior

mar 2023
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Em meio a inúmeros desafios sociais que o mundo enfrenta, a desigualdade de gênero amplia ainda mais os obstáculos para as mulheres no dia a dia. Diante dessa realidade, a sociedade civil, ao se organizar em iniciativas com foco no protagonismo feminino, atua para construir pontes para que garotas e mulheres atravessem essas barreiras e transformem as suas vidas.

Os dados globais sobre emprego, por exemplo, mostram como a disparidade é gigante. Segundo um relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho), a participação das mulheres no mercado de trabalho no mundo foi de 47,4% em 2022, em comparação com a de 72,3% dos homens – a diferença representa que, para cada homem economicamente inativo, havia duas mulheres nessa situação.

Com tanta desigualdade, é preciso agir estrategicamente para assegurar que todos tenham direitos e oportunidades iguais não só de trabalho, mas de salário, educação, segurança, moradia, saúde e em todas áreas, sem estigmas ou preconceito. Apoiar as instituições que têm como causa o protagonismo feminino é um passo fundamental no caminho que nos levará a um futuro mais justo.

Para celebrar o Dia Internacional das Mulheres, comemorado nesta quarta-feira (8), o Blog do MBM apresenta cinco iniciativas que receberam ou recebem o apoio do Movimento Bem Maior em projetos que representam, justamente, pontes para o fortalecimento feminino e redução das desigualdades. Conheça abaixo:

 

Redeiras do Extremo Sul

A Associação de Artesãs Redeiras do Extremo Sul é um grupo formado em uma colônia de pescadores de Pelotas (RS), que transforma em arte o que seria jogado no lixo. As redes de pesca, que foram usadas para arrastar camarões, viram bolsas, carteiras e nécessaires. As escamas de peixe, que seriam descartadas, servem como matéria para produção de colares, pulseiras, brincos e outras peças.

Na região em que as Redeiras atuam, as atividades locais giram em torno das águas da Lagoa dos Patos. Dentro desse universo ligado à pesca, a união das mulheres para fazer o artesanato abriu mais possibilidades de trabalho. As peças lá produzidas são comercializadas em lojas em vários estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Pernambuco.

O grupo reúne, entre os seus valores, o senso de coletividade e as formas de sustentabilidade social, econômica e ambiental. Os colares, bolsas e brincos vendidos carregam, além da beleza, a força das mulheres em transformar as suas realidades.

 

Marianas, Mulheres que Inspiram

De uma maneira despretensiosa, um pequeno grupo de mulheres em Mariana (MG) começou a se reunir para conversar na varanda de uma casa. Lá, elas falavam sobre sonhos, necessidades e expectativas. Os encontros ganharam novas adeptas, e a turma foi aumentando de maneira exponencial e orgânica. Após o rompimento da barragem na cidade em 2015, o movimento cresceu muito: em um período tão duro, elas se uniram, e cada uma buscava acolher a outra.

Essa é a história do começo das Marianas, Mulheres que Inspiram, que hoje é uma poderosa rede que apoia e encoraja iniciativas de empreendedorismo (como a de abrir um negócio próprio) e intraempreendedorismo (como inovar dentro da empresa que já trabalha ).

Entre os trabalhos realizados, as Marianas organizam reuniões e fazem eventos como fóruns e feiras, que tem como foco gerar acolhimento, estabelecer uma grande rede de relacionamentos e estimular o fomento econômico. Com união e vontade de mudar a dura realidade, as Marianas são, realmente, mulheres que inspiram.

 

Rede Elas Negras Conexões 

A Rede Elas Negras Conexões foi criada para o desenvolvimento de ações de fortalecimento e capacitação de jovens e mulheres negras quilombolas da Bacia e Vale do Iguape, na Bahia, em 2007. Ao reunir outras iniciativas do interior do estado, foi sendo desenvolvida uma grande articulação com mulheres protagonistas de lutas sociais.

O movimento é hoje uma incrível rede de mulheres negras, jovens e líderes que vêm do quilombo e que se dedicam a promover os direitos das comunidades tradicionais, com foco na autonomia das mulheres e da juventude.

Por exemplo, um dos projetos realizados apoia a luta e participação de mulheres negras e quilombolas, por meio do fortalecimento da organização social, na efetivação dos direitos socioambientais. Essa ação ocorre em um contexto no qual pescadoras e marisqueiras vivem em áreas impactadas direta e indiretamente por empreendimentos que estabeleceram-se na região.

 

Articulação Piauiense de Travestis e Transexuais-APTTRA 

As atividades desempenhadas pela Articulação Piauiense de Travestis e Transexuais-APTTRA buscam gerar resultados positivos de impacto nas vidas de mulheres cis e trans que estão em vulnerabilidade social.

O grupo luta para promover autonomia financeira e autoestima das mulheres por meio de ações de defesa da cidadania. São iniciativas que visam a superação da situação de risco social, a garantia dos direitos e o combate à violência.

Um dos projetos realizados pela Articulação Piauiense foi o de oferecer o curso de manicure, pedicure e designer de unha para mulheres LBT em vulnerabilidade social. Ao aprender as técnicas, elas se capacitam para trabalhar e, quanto mais oportunidades encontrarem, maiores são as chances de um futuro menos desigual.

 

Coletivo Rainhas do Mar 

O Rainhas do Mar nasceu como um coletivo de empreendedoras negras e quilombolas especializadas nas técnicas tradicionais de mariscagem. Foi uma resposta ao cenário desfavorável enfrentado pelas comunidades quilombolas pesqueiras no distrito de Acupe, em Santo Amaro, no Recôncavo baiano.

O grupo trabalha para fortalecer atividades que promovem autonomia financeira de marisqueiras e produtoras rurais na região, onde grande parte dos moradores depende da pesca, da extração de mariscos e da agricultura familiar.

A defesa e preservação do território pesqueiro, o direito ao território e o combate ao racismo ambiental são algumas das bandeiras erguidas pelo Rainhas do Mar. Entre as atividades oferecidas  estão oficinas de formação política, reforço escolar e aulas de esporte.

 

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