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Inteligência Artificial Generativa e o impacto nas organizações sociais

4min de leitura

Por Paula Yamamura

set 2024
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A Inteligência Artificial (IA) tem transformado a forma como vivemos e trabalhamos, desenvolvendo-se rapidamente desde a criação dos primeiros algoritmos nos anos 1950. Hoje, essa evolução nos traz a Inteligência Artificial Generativa (IAG), que se destaca por gerar novos conteúdos, tornando-se uma ferramenta especialmente valiosa para aumentar o impacto das organizações sociais. Mas o que exatamente é a IAG e como as organizações sociais podem aproveitá-la para obter resultados significativos?

Neste artigo, compilamos os principais aprendizados da masterclass de 5 anos do Movimento Bem Maior, ministrada pela Templo no dia 20 de agosto. Continue a leitura e explore como essa tecnologia pode transformar suas operações e multiplicar o impacto social da sua organização!

O que é a Inteligência Artificial Generativa?

De forma simples, a IAG não é uma ferramenta de pesquisa ou apenas um robô que automatiza tarefas. Trata-se de um modelo estatístico capaz de prever qual será o conteúdo mais provável em uma sequência de linguagem que fornecemos durante nossa interação. Em outras palavras, as máquinas aprenderam a “falar a nossa língua”. Elas são treinadas para analisar uma grande quantidade de dados e gerar textos, imagens, código ou até mesmo músicas, que parecem ter sido produzidos por humanos. Entre as ferramentas mais conhecidas atualmente estão o ChatGPT e o Gemini, do Google, além de várias outras.

Como a IAG pode beneficiar organizações sociais?

A IAG, em constante aprimoramento, tem um potencial disruptivo em diversas áreas. As organizações sociais, muitas vezes limitadas em recursos humanos e financeiros, podem fazer uso da tecnologia para  aumentar sua produtividade, gerar novas formas de interação e automatizar tarefas operacionais e/ou repetitivas, permitindo que as equipes se concentrem em atividades estratégicas. Veja algumas maneiras práticas de como a IAG pode transformar o trabalho das organizações:

  • Preenchimento de editais: A IAG pode ajudar a automatizar e agilizar o processo de preenchimento de formulários e editais.
  • Estruturação de projetos: Com sua capacidade de gerar textos coesos e bem estruturados, a IAG pode apoiar na escrita de propostas e projetos complexos.
  • Confecção de relatórios: Relatórios anuais ou trimestrais podem ser produzidos de maneira mais rápida e eficiente, possibilitando análises automáticas e geração de insights.
  • Customização em escala: Na captação de recursos, por exemplo, a IAG pode personalizar e-mails e mensagens para diferentes doadores em larga escala, com o tom e linguagem desejados. Há também o uso de chatbots e assistentes virtuais que podem melhorar a experiência de atendimento, mantendo o tom humanizado.
  • Estruturação de conhecimento: A IAG realiza buscas contextuais em documentos já existentes, auxiliando na organização e síntese de conhecimento e facilitando o acesso a informações importantes.
  • Desenvolvimento de treinamentos: A criação de conteúdos educacionais para capacitar equipes e beneficiários.
  • Análise de tendências: Com o fornecimento de dados valiosos, a IAG pode ser utilizada para identificar novas tendências no setor social.
  • Apoio na estratégia de expansão: Obter insights valiosos para a expansão geográfica ou de impacto das organizações.

Estratégia de implementação

Integrar a IAG de forma estratégica é essencial para garantir que a tecnologia se torne uma aliada e não apenas uma ferramenta. Aqui estão algumas dicas de como começar:

1 – Treinamento em engenharia de prompts: Para aproveitar ao máximo o potencial da IAG, é fundamental dominar a chamada “engenharia de prompts” – novo alfabetismo digital. Capacite sua equipe para criar comandos claros e perguntas precisas que extraiam ao máximo respostas úteis.

2 – Testar novas ferramentas: Experimente diferentes plataformas de IAG para identificar quais são as mais adequadas às necessidades da organização.

3 – Criar fluxos de automação: Automatize processos repetitivos, liberando a equipe para se concentrar em tarefas mais estratégicas.

4 – Desenvolver agentes especializados: Configure agentes que lidam com tarefas específicas, como preenchimento de editais ou análise de dados.

5 – Revisão humana e curadoria: Sempre revise o conteúdo gerado pela IAG. A tecnologia ajuda, mas o olhar humano com análise crítica é essencial para garantir qualidade e relevância.

Aqui, você encontrará recursos gratuitos da Templo sobre como a Inteligência Artificial Generativa (IAG) e outras tecnologias podem maximizar o impacto das organizações sociais.

Riscos e segurança na utilização

Como qualquer tecnologia emergente, a IAG também traz alguns desafios e riscos, especialmente quando se trata de segurança de dados e ética no uso:

  • Privacidade da informação: É importante que as organizações sociais tenham cuidado ao utilizar ferramentas abertas como o ChatGPT gratuito, evitando inserir dados sensíveis.
  • Algoritmos enviesados: A IAG é treinada com grandes volumes de dados, e muitas vezes esses dados contêm vieses que podem influenciar o conteúdo gerado.
  • Transparência: A falta de clareza sobre as fontes de dados utilizadas para treinar a IAG pode levar a erros ou informações imprecisas. Por isso, é fundamental ter uma curadoria humana sempre presente.

Porém seria superficial reduzir todos os riscos apenas a esses tópicos. Toda inovação traz um novo patamar de responsabilidades, na palestra The AI Dilema (O Dilema da Inteligência Artificial), do Center of Humane Tecnology, é possível se aprofundar nos desafios que precisamos ficar atentos e que como sociedade, definir quais usos devem ou não ser permitidos.

A IAG como aliada das organizações sociais

Apesar dos desafios, o uso da Inteligência Artificial Generativa pode transformar a forma como as organizações sociais trabalham, aumentando significativamente a produtividade e eficiência em seus processos. Com uma implementação estratégica, as organizações podem se preparar para um futuro onde a tecnologia é cada vez mais presente, porém, sem nunca perder de vista o fator humano!

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