Fale conosco

Rubens Menin: “A força da união de todos juntos é imbatível”

Por Movimento Bem Maior

fev 2022
Empresário tem usado a sua força de trabalho para ajudar as pessoas através de projetos sociais.

Por Osvaldo Lyra

Cofundador da MRV Engenharia, fundador da CNN Brasil e fundador do Banco Inter, o empresário mineiro Rubens Menin tem usado a sua força de trabalho para ajudar as pessoas através de projetos e trabalhos sociais. Para ele, a “filantropia foi muito aguçada” nessa pandemia. “Acredito muito que a filantropia muda o mundo”. Ao falar sobre as prioridades que o próximo presidente da República deverá ter no Brasil, Rubens Menin diz que os esforços devem ser feitos para unir o país. “Nós precisamos unir a nação. Nós temos que ter um projeto de nação. Só assim a gente começa a mudar”. Ao avaliar o déficit habitacional que acomete os brasileiros, o empresário diz que o país precisa construir nos próximos 20 anos 35 milhões de casas para sua população. Confira:

O senhor é cofundador da MRV Engenharia, fundador da CNN Brasil, fundador do Banco Inter e tem usado a sua força de trabalho muito para ajudar as pessoas através de projetos e trabalhos sociais. Como o senhor decidiu se dedicar à causa filantrópica?

Na realidade, é o seguinte, não tem uma data exata, não. Eu acho que a filantropia está dentro da gente desde que a gente nasce. E ela vai acontecendo aos poucos, ela vai tomando conta… Eu falo que filantropia é igual a droga, vicia. Eu acho que a filantropia foi muito aguçada nessa crise que nós estamos vivendo agora, a solidariedade na pandemia foi muito grande. Então ela está passando por um momento de muita divulgação no Brasil e no mundo. Eu acredito muito que a filantropia muda o mundo, está mudando o mundo e ainda vai mudar ainda mais. Então eu acho que as pessoas não imaginam a força que elas têm de poder mudar o mundo, e muito rápido, sabe, Osvaldo? Quando todo mundo dá as mãos, quando todo mundo ajuda um pouquinho, é uma força enorme. Não adianta ter uma pessoa com muita ajuda, mas a força da união de todos juntos é imbatível.

O senhor é um dos fundadores do movimento Bem Maior que tem a missão de fomentar a filantropia no Brasil. Além de sensibilizar, engajar e mobilizar recursos, esse movimento e o senhor apoiaram diversas iniciativas ao longo da pandemia. Como o senhor viu e viveu esse período que estamos atravessando hoje?

Eu respondo de duas formas. A primeira é o seguinte, vou falar um pouco do movimento Bem Maior. O movimento Bem Maior surgiu para ser um instrumento de convencimento das pessoas a doarem mais, e que isso seja a grande revolução na filantropia no Brasil. O Brasil é um país… A sociedade brasileira é muito boa, muito solidária, mas ela ainda tem pouco hábito de doação. A filantropia no Brasil infelizmente ainda tem números muito baixos. É só 0,2% do nosso PIB. Muito pouco. Em países mais desenvolvidos como os Estados Unidos é 2% do PIB, na Inglaterra 1,7%. Então a gente quer aumentar esse valor do PIB. Para isso, evidentemente as pessoas têm que fazer doações, mas é importante que toda a população se engaje nesse movimento. Em segundo, quando a gente fez o Bem Maior, a gente sabia que tem coisas que são urgentes nesse Brasil, mazelas, infelizmente, e que esses números são grandes. E a gente não vai conseguir resolver tudo, vamos tentar, podemos, num primeiro momento, tentar melhorar isso. Eu achava, quando a gente fundou o Bem Maior, que o mais importante seria doação em dinheiro. O Bem Maior se divide em dois pilares. Um é doação e projetos: eu te dou o dinheiro e você faz projetos. Estão fazendo projetos maravilhosos, tem uma série de projetos e que realmente fazem a diferença na vida das pessoas, mudam pra melhor. Mas hoje eu estou convicto que talvez o segundo pilar, que é o convencimento da sociedade para doação, seja o pilar mais importante para a sociedade. Por isso que eu vejo que esse tipo de discussão que estamos tendo agora é muito proveitosa e a gente faz com muito prazer, porque cada degrau que a gente vai subindo é uma vitória que a gente vai conseguindo, é uma batalha que a gente vai ganhando. E uma guerra se ganha com diversas batalhas. Então vamos convencer a sociedade da importância da filantropia. Isso vai fazer a diferença.

O brasileiro é um povo generoso ou o senhor acredita que a pandemia mostrou as pessoas mais individualistas e mais egoístas?

Eu acho o brasileiro muito generoso, e já provou diversas vezes. O brasileiro é um povo que é amigo, caloroso, solidário. Quando eu falo em filantropia, é porque nós precisamos botar a filantropia na vida do brasileiro. É apenas questão de cultura. Mas eu não tenho dúvidas de que o brasileiro é um povo muito generoso.

Além da filantropia, o senhor se destaca como um dos maiores empresários do Brasil, com negócios em várias áreas. No mercado imobiliário, por exemplo, o senhor foi um dos fundadores da MRV, que se tornou a maior incorporadora da América Latina. Como o senhor avalia hoje o mercado imobiliário no Brasil?

O Brasil é um país que dá muitas oportunidades. É um país continental, com mais de 200 milhões de habitantes, com muita coisa a ser feita nesse país. Nós estamos falando de moradia. Moradia é um dos pilares da economia brasileira. Mas tem muita coisa. Eu vi o caso do Banco Inter, do banco digital. Nós abrimos aqui 700 mil contas em um dia. Isso em 10 dias acabava a população de Portugal. No Brasil você tem muito chão pra fazer, então eu digo que o Brasil é um país de oportunidades. E por isso que eu também acho que da mesma forma que dá oportunidade, a gente tem que voltar ​um pouco para a sociedade aquilo que o Brasil dá para a gente. Para ser justo. É aquilo que hoje está muito na moda que é ESG, os três pilares: “environment” que é meio ambiente, “social” que é social, e “governance” que é a governança da empresa. Então eu acho que faz parte desse conjunto de ESG as empresas aproveitarem que têm essa chance num país como o Brasil, um país que com certeza vai ser uma nação rica, a gente espera que o mais rápido possível, mas que a gente de alguma forma possa também retornar um pouco para a sociedade.

Confira a entrevista na íntegra no site do Jornal A Tarde.

Relatório de Atividades Movimento Bem Maior 2023
Institucional
Relatório de Atividades Movimento Bem Maior 2023

Muito além da doação, descubra como estamos construindo uma filantropia onde todos avançam juntos. Em 2023, continuamos trilhando a grande jornada pela justiça social, nivelando o terreno e equipando estrategicamente organizações para seguirmos lado a lado. Com a colaboração de filantropos, organizações sociais e parceiros, unimos recursos, redes e expertise para impulsionar o desenvolvimento sustentável […]

Por Movimento Bem Maior

abr 2024
Legado Familiar e Investimento Social Privado: Redefinindo o Retorno
Cultura de doação
Legado Familiar e Investimento Social Privado: Redefinindo o Retorno

Investir é mais do que acumular capital financeiro; é construir algo que transcenda gerações. Para famílias de alto patrimônio, o desafio não é apenas multiplicar bens materiais, mas também criar um impacto que reverbere na sociedade e na história. Nesse contexto, os family offices emergem como atores fundamentais, ajudando famílias a navegar tanto no universo dos investimentos […]

Por Richard Sippli

dez 2024