Como pode alguém de Humanas, que carrega em sua personalidade todo o estereótipo da área, ser também tão sistemático, meticuloso e regrado? Esse sou eu. E imagine a minha felicidade ao conhecer os Objective and Key Results (OKRs) quando cheguei no Movimento Bem Maior há pouco mais de 3 anos! Um encontro fabuloso.
Até então, eu tinha uma leve noção do que eram OKRs, sigla do universo da cultura ágil, do ambiente de inovação das startups, metodologia cult do Vale do Silício. Ponto final. Qual foi minha surpresa ao chegar no MBM, uma organização social que acabara de nascer, se propondo a trabalhar com tal metodologia. Fiquei instigado!
Na mesma época em que entrei para estruturar a Comunicação, a missão da Bia Waclawek ao pousar no MBM era a mesma em Investimentos Sociais e foi dela a sugestão de trabalhar com esta ferramenta. A ideia foi levada à diretoria que aceitou o desafio. Rodamos o piloto por um ano. Pense num ano desafiador e, ao mesmo tempo, florescente!
Os resultados da experiência foram tão positivos que abraçamos os OKRs e, desde então, eles seguem sendo a nossa metodologia de gestão oficial.
Quando digo que, para mim, foi um encontro fabuloso é por que esta metodologia – criada há mais de 50 anos por Andrew Grove e popularizada por John Doerr – me proporciona organização, objetividade, transparência, eficiência… mas com plasticidade, autonomia e liberdade que, juntos, me permitem ser o melhor do meu eu “artista-regrado” enquanto gestor.
Aposta
Lembro claramente das primeiras reuniões onde muitos eram os receios e dúvidas sobre como adaptar os OKRs à nossa realidade. Todo o processo foi feito de forma coletiva, envolvendo desde a diretoria até os times de base. Foram muitos os debates, impasses, concordâncias e rolou até um certo ceticismo com o que viria pela frente.
Todo mundo participou, colocou a mão na massa e se apropriou dos processos. Poderíamos ter puxado uma consultoria neste início, mas entendemos que, antes, nós deveríamos nos apropriar, mergulhar e experimentar no dia a dia, na dor e nas vitórias como seria a real. Já mais calejados, buscamos a opinião e trocamos experiências com especialistas.
Afirmação
E o que posso dizer é que, ao longo do primeiro ano de testes com os OKRs, a sensação era como se uma mágica estivesse acontecendo. Objetivos alcançados, prazos cumpridos, tempo para experimentar, errar, corrigir e testar novamente… ter, por fim, entregas com excelência. Fiquei surpreso e, a cada dia, mais animado para seguir adiante.
Com os OKRs bem estabelecidos no centro da nossa gestão, seguimos adiante em ciclos de revisão e implementação de melhorias, incluindo, por exemplo, a adoção da Matriz RACI para facilitar a execução dos objetivos entre o time ou a utilização de ferramentas do SCRUM nos ciclos de trabalho trimestrais.
Explorar essas possibilidades em um ambiente de inovação social e colher os resultados positivos de forma crescente têm sido uma experiência edificante. Atualmente, não consigo imaginar a gestão do MBM sem o auxílio poderoso dos OKRs, que provoca e encoraja o time a sonhar grande e ter ousadia em sua missão.